Como melhorar a atuação do enfermeiro através dos 5 pilares da Segurança do Paciente?
Atuação do Enfermeiro em Segurança do paciente
No IBRAENF temos sempre a preocupação de trazer para você um conteúdo que possa te ajudar a se desenvolver como líder – aprender a desenvolver suas habilidades técnicas e habilidades comportamentais que favoreçam o desenvolvimento do seu trabalho, da sua equipe e assim, que você seja um Enfermeiro que entregue resultados!
É bem importante que saibamos, como líder, sobre procedimentos, ferramentas de gestão da equipe, gestão do processo, gestão do risco e gestão do cuidado de enfermagem – são essas competências que o mercado de trabalho espera reconhecer no seu currículo para selecioná-lo, no seu desempenho para alcançar progresso na sua carreira. E é por isso que vamos, aqui, discutir sobre uma metodologia de trabalho que pode te ajudar a se desenvolver como líder!
Quando você ouve o termo “Segurança do Paciente”... o que você pensa, do que se lembra? Será que esse tema se remete apenas a corrigir erros? Ou você pensa somente em protocolos?
Segundo a Organização Mundial de Saúde trata-se de “reduzir a um mínimo aceitável os riscos de danos desnecessários”. E como essa relação se faz com a Enfermagem?
No nosso dia-a-dia temos sempre muitos questionamentos e desafios para organizar o cuidado de enfermagem, para realizar o Processo de Enfermagem, para capacitar a equipe. Por exemplo, para realizar uma admissão de um paciente na atenção hospitalar, quais os cuidados, o que precisa ser padronizado para a equipe realizar?
Estão definidos os protocolos de admissão – critérios para transportar e fazer a transposição de pacientes clínicos ou em pós operatório, acolhimento, informações relevantes para este paciente, critérios de prioridade na utilização dos recursos, quais scores de risco para identificar as prioridades no cuidado, como realizar os registros para garantir uma continuidade da assistência, como realizar os procedimentos relacionados e tantas outras perguntas, e somente em UMA atividade – Admissão de um paciente! Temos um cotidiano recheado de atividades complexas e a Segurança do Paciente traz um caminho, uma metodologia para auxiliar o enfermeiro a lidar com todas estas questões.
Listamos nesse artigo os 5 fundamentos que podem te ajudar a organizar um plano de trabalho, a organizar a sua liderança para dar foco ao que é relevante e importante para um cuidado seguro, uma equipe bem desenvolvida e uma liderança com resultados.
1 – Identifique as necessidades - dos pacientes, da equipe, do processo de trabalho. A ferramenta de mapeamento de riscos é a principal estratégia para esse desafio. Observando o processo, as atividades, o perfil de pacientes que são atendidos – reúna a equipe para identificar as principais necessidades em cada etapa do processo de trabalho (ADMISSÃO, EXECUÇÃO DOS PROCEDIMENTOS, REGISTROS EM PRONTUÁRIOS E ALTA). Através de ferramentas e matriz de prioridades é muito importante listar essas necessidades, classificar/pontuar a importância e assim, definir prioridades, junto com a equipe de enfermagem.
2- Defina estratégias para compatibilizar o processo com a complexidade do cuidado – Depois de definidas as prioridades (riscos de maior freqüência e/o com maior capacidade de danos), crie planos de ação, projetos de melhoria com “Barreiras”, maneiras de evitar que eles aconteçam.
Por exemplo: criação de fluxos/esquemas que sistematizem atividades, definição de conferências com check-list (carrinho de emergência, material de suporte à vida), treinamentos, definição de critérios para utilização de recursos escassos, utilização escalas de classificação de complexidade do cuidado (grau de dependência) para divisão de tarefas no setor e muitas outras possibilidade, a depender das necessidades identificadas.
O importante é envolver a equipe na criação de estratégias – desenvolver, valorizar o conhecimento, incentivar para a melhoria é uma das maneiras mais eficazes de garantir adesão às novas rotinas.
3 – Implante e Gerencie Protocolos – é definido pelo Ministério da Saúde (Portaria 529/2013) a obrigatoriedade de implantação de no mínimo 6 Protocolos de Segurança do Paciente – Identificação Segura, Segurança no Uso e Administração de Medicamentos, Prevenção de Quedas, Prevenção de Úlceras por Pressão, Cirurgia Segura e Lavagem das Mãos. Além desses protocolos básicos, podem ser implantados protocolos específicos para o serviço de saúde, de acordo as necessidades identificadas no passo 1.
A implantação e gerenciamento de protocolos perpassa por etapas – definição de um plano de implantação (prazos, responsáveis e necessidade de mudança do processo, definição da maneira de registro e coleta de dados para os indicadores), definição do protocolo em si (consenso e elaboração de um fluxograma, esquema das etapas do protocolo), treinamento da equipe e definição de metas, coleta de dados e avaliação dos resultados de adesão e se os objetivos do protocolo foram alcançados.
4 – Defina maneiras de identificar, analisar e acompanhar eventos adversos – mesmo com a implantação de medidas para prevenir danos, é essencial que o Enfermeiro aprenda a lidar com as situações de falha na assistência. É importante criar maneiras de descobrir essas falhas – notificações, auditorias clínicas em prontuários, parceria com comissões de óbito, parceria com a farmácia clínica etc.
A equipe deve ser treinada para prevenir, mas, também para mitigar os danos – para saber agir no momento da falha (por exemplo, diante da queda do paciente, o que está padronizado para diminuir os impactos – quais sinais e sintomas avaliar no paciente, acionar a avaliação do enfermeiro, definir critérios para acionar avaliação de outro profissional dentre outros).
Além de padronizar ações de mitigação dos danos, deve ser realizada a análise do evento (definição de causas, considerando aspectos do paciente, do ambiente, da tarefa realizada, da tecnologia/recursos envolvidos, aspectos do colaborador envolvido como capacitação/cumprimento do que estava padronizado e outros). Através desse levantamento de causas é que será gerado um plano de ação para evitar a recorrência da falha.
5- Implante ciclos de melhoria contínua – Para que sua liderança seja bem sucedida é fundamental acompanhar a execução de planejamentos, propor metas, definir indicadores, realizar análise crítica e mostrar os resultados. A equipe, a Instituição somente conhecerão os resultados se eles forem apresentados – esta etapa é fundamental para engajar as pessoas, conquistar novas possibilidades de trabalho, e, também, definir novos planejamentos, novos ciclos de melhoria com redefinição de prioridades.
A Segurança do Paciente é o “tom”, o “jeitão” da sua liderança. Uma metodologia robusta que faz o Enfermeiro aprender, através de ferramentas de gestão, a gerar um ciclo de melhoria contínua – criar parcerias, tomar decisões e aprender a ensinar a equipe de enfermagem a lidar com o cuidado e os desafios que ele apresenta.
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