INSTITUTO BRASILEIRO DE ENFERMAGEM
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As 10 estratégias para garantir Segurança na Administração de Medicamentos

Atuação do Enfermeiro em Segurança do paciente

Um importante papel que é esperado de um enfermeiro é que ele mantenha sua equipe capacitada para realizar as atividades. Essa capacitação é mais que realizar treinamentos – é desenvolver a equipe com conhecimento baseado em evidências científicas e habilidades para identificar/agir diante dos riscos dos procedimentos. 
 
Diante desse desafio, pode-se dize que segurança no preparo e administração de medicamentos deve ser alvo de preocupação e cuidado diário do Enfermeiro, afinal, essa prática é uma das atividades mais frequentes e de grande risco no nosso dia-a-dia. Exige conhecimento técnico, habilidades práticas e muita organização dos processos de trabalho (papel exclusivo e dependente da liderança!) para evitar danos. 
 
Nosso objetivo neste artigo é te ajudar nesse desafio! Com base nos fundamentos da Segurança do Paciente, compilamos em 10 passos todo o cuidado que o enfermeiro precisa ter para capacitar a equipe e definir arranjos de trabalho que diminuam os Erros de Medicação. 
 
1-Organize um plano de ação para implantar o Protocolo de Segurança Medicamentosa – O Ministério da Saúde preconiza a implantação de um Protocolo baseado nos “9 certos da medicação”. Porém, não é suficiente apenas ensinar quais são esses itens – é imprescindível que esse treinamento aconteça sim, mas, que ele nasça dentro de um plano de ação. Realize um diagnóstico das principais dificuldades da equipe, principais medicações que são realizadas de acordo com o perfil epidemiológico, principais barreiras e riscos do processo (mapeamento de riscos). 

Nos passos seguintes vamos citar práticas e conteúdos fundamentais de cada um dos “9 certos” que compõe o Protocolo de Segurança no Preparo e Administração de Medicamentos e que você precisa colocar nesse plano de ação. 
 
2- Defina práticas de identificação segura do paciente (Paciente Certo) –é imprescindível que seja implantado também o Protocolo de Identificação Segura do Paciente. Essa prática define que pelo menos dois identificadores sejam padronizados (nome completo + outra informação como número de registro de atendimento, data de nascimento etc). 

É importante destacar no plano de ação como será realizada a identificação dos pacientes (pulseiras, placas, etc), como será o treinamento (como faremos a conferência dos rótulos, pulseiras) e como será realizado o acompanhamento da adesão da equipe (auditorias, incluir a pergunta sobre conferência da pulseira na pesquisa de satisfação do cliente, etc) 

3- Medicamento Certo – é nessa fase que se pensa em estratégias seguras para armazenamento de medicamentos no setor de trabalho – frascos semelhantes, nomes semelhantes, rótulos parecidos, etc. Estratégia útil é criar regras de armazenamento (separação das doses por horário, selagem de doses por horário, etiquetas de alerta, etc) e também, informar às comissões de padronização de produtos na Instituição e setor de compras os casos que aumentam o risco de erro (medicamentos com rótulos ou embalagem muito semelhantes). 

Além do armazenamento é nessa fase do Protocolo que padronizamos a confirmação do nome da droga e prescrição à beira leito e a extinção das bandejas de medicação com várias doses e fármacos de vários pacientes (aumentam muito o risco de erro). 
 
Por fim, no passo 3 é preciso incluir no plano de ação práticas de verificação de alergias (identificar prontuários, prontuário eletrônico emitindo alerta, identificar na pulseira do paciente etc). O fundamental é que alem da identificação da alergia a equipe seja treinada a questionar o paciente e a utilizar os sinais de alerta padronizados. 
 
4- Via de Administração Certa – é necessário capacitar equipe sobre técnica de administração – especialmente das vias diferentes de Intra Venosa, pois, sendo menos frequentes e de técnicas variadas, geram mais dúvidas. Utilize imagens, alertas visuais, esquemas – maneiras de facilitar o treinamento e o acesso rápido no momento de realizar a atividade. É importante padronizar, também, tabelas com volumes máximos e locais de administração no caso de Subcutânea e Intra Muscular (de acordo com as faixas etárias), prevenindo sérias lesões cutâneas. 

5- Hora certa – para organizar esse “certo” da segurança medicamentosa é preciso pensar sobre a rotina de trabalho – como estão distribuídas as tarefas, por exemplo, observar se está padronizado no setor banho, curativos e horários de medicação para o mesmo momento. O enfermeiro deve avaliar e intervir nessa rotina para favorecer o horário correto da administração de medicamentos - treinar equipe sobre rotina e prioridades no planejamento da assistência. 
 
Outro ponto importante, nesse passo, é a definição de uma rotina de Aprazamento Medicamentoso – prática em que o Enfermeiro faz um planejamento dos horários de cada medicação. Deve-se, para o aprazamento, considerar as características/ preferências/necessidades dos pacientes, interação droga-nutriente e interação droga/droga. 
 
6- Dose certa – é preciso capacitar a equipe de enfermagem na correta interpretação das doses prescritas – criar alertas, exemplos e riscos quando as doses prescritas envolvem “zero”, “vírgula” e “ponto”, gotas e ml, etc – investir em treinamentos práticos que mostrem exemplos de prescrição da própria instituição. 

É fundamental criar meios e combinações com a equipe de enfermagem para que seja garantida autonomia e respaldo do profissional para que em caso de dúvida ele não execute a prescrição e tenha uma maneira de recorrer/questionar (farmácia, médico assistente, médico plantonista etc). 

No caso de prescrições com alto risco de erro (doses inespecíficas – colher de sopa, colher de chá, ampola, etc) é muito importante que o enfermeiro formalize às instâncias pertinentes para correção e intervenção (diretoria médica, comissão de padronização de prontuário, Núcleo de Segurança do Paciente, Comissão de Farmácia e Terapêutica etc). 
 
7- Forma Correta – é preciso garantir que além do medicamento e dose corretos, droga esteja em condições para ser administrado – dentro do prazo de validade, com estabilidade após diluição e numa apresentação (comprimido, gotas, etc) compatível com a via de administração. Assim, é preciso padronizar e capacitar a equipe para garantir validade e estabilidade da droga – utilizar tabelas de fácil acesso para a estabilidade das drogas mais frequentes e meios de tirar dúvidas. 
 
8- Registro certo da medicação – Nesse passo valoriza-se a padronização da “checagem de medicamento” – capacitar a equipe para o registro de realização da medicação na prescrição médica ou do enfermeiro (em casos específicos) logo após a administração do fármaco. Hábitos de checar o medicamento só no final de plantão geram muitas falhas e riscos para o pacientes (alguém refazer uma medicação que já administrada, descontinuidade de informações para o próximo plantão, etc). 
 
9- Orientação Correta – faz parte da atividade de administração segura de medicamentos uma orientação específica e clara para o profissional e também para o paciente. A equipe deve ser treinada sobre a maneira de repassar essas informações para que o paciente compreenda seu processo terapêutico e ainda, esteja atento para os sinais de reação e os efeitos desejáveis das drogas. 
 
10- Resposta certa – o final do processo de administração segura de medicamentos é capacitar a equipe a monitorar o paciente e registrar os aspectos pertinentes. É importante sistematizar a avaliação do paciente para identificar se a medicação teve os efeitos desejados (melhora da dor, diminuição de sintomas etc). Padronizar registro do monitoramento do paciente e a comunicação com o prescritor em caso de sinais e sintomas de alerta, reações e efeitos diferentes do esperado para o medicamento. 
 
Diante de todos os fatores citados nos 10 passos, ressalta-se o valor do passo 1 – definir prioridades. Nem sempre é possível em um mesmo momento treinar a equipe em todos os aspectos para todos os tipos de medicamentos. Uma estratégia valiosa é fazer treinamentos periódicos e de maneira duradoura – podem ser abordados nesses treinamentos classes específicas de drogas (antibióticos, analgésicos...) assim priorizando o que for mais frequente ou o que gere mais dúvida. 

Envolver a equipe nessa definição de prioridades, construção dessas padronizações e utilizar estratégias de treinamento que valorizem a participação de todos são muito importantes para facilitar a implantação e a adesão da equipe. 
 
Conhecer etapas e estratégias das práticas de Segurança do Paciente nos coloca em condição de desenvolver a equipe e processos de trabalho, gerenciando os riscos, gerenciando o cuidado e viabilizando resultados que são esperados do Enfermeiro. Saber utilizar essa metodologia no seu cotidiano ajuda a ter mais habilidade, mais segurança profissional e mais capacidade de liderança. 
 
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